A ASPRECAM, consciente da importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, desenvolveu e está implementando, no município de Nova Lima, o Programa Busca Ativa e a Rede Mamamiga Tech de Ensino a Distância.
A ASPRECAM tem como Missão contribuir para a diminuição do índice de morbidade e de mortalidade por câncer de mama, de mulheres diagnosticadas com a doença, agregando valor ao SUS. Por meio desse Programa, o(a)s Agentes Comunitários de Saúde, enfermeiros(as) e médicos(as) das equipes do PSF, passam por uma capacitação, cuja metodologia, já testada e aprovada, desperta nos profissionais da Atenção Primária do SUS, o olhar mais sensível para as mulheres com suspeitas ou não da doença.
O(a)s Agentes Comunitários de Saúde, desempenham um papel fundamental na identificação de mulheres, consideradas do grupo de risco ou com alguma queixa, coletando informações importantes durante as visitas domiciliares, que abrem o cadastro dessa mulher, em um Sistema de Informação, específico do Programa, que une os três níveis de atenção do SUS. Por meio desse sistema, a mulher será acompanhada durante todo o processo de diagnóstico e de tratamento, podendo o município levantar várias informações para alimentar seu banco de dados epidemiológicos e para conhecer o perfil real da doença, sempre que necessitar.
Neste texto expositivo, vamos apresentar o processo desse Programa, destacando a importância do encaminhamento adequado e do cumprimento dos prazos para garantir um diagnóstico rápido e eficiente.
Do encaminhamento ao diagnóstico: O caminho percorrido no Programa Busca Ativa.
No programa de Busca Ativa proposto pela ASPRECAM, quando um Agente Comunitário de Saúde visita uma casa, para realizar ações de prevenção e de promoção de saúde, ele pode se deparar com duas situações. A primeira delas envolve uma mulher com queixa de alteração na mama. Nesse caso, o Agente deve encaminhá-la para uma consulta na Atenção Primária do SUS, independentemente da idade ou da existência de histórico familiar de câncer de mama.
Durante a consulta clínica, o médico realiza um exame visual e de toque, para constatar essas possíveis alterações mamárias, como nódulos, inversão de mamilo, secreções mamilares, aumento do tamanho, acompanhado de vermelhidão e calor, pequenas feridas que não cicatrizam entre outras. Nesses casos, o próximo passo é solicitar a realização da mamografia como primeiro exame de imagem.
Após a mamografia, se houver suspeita confirmada, o médico pode solicitar a realização de ultrassonografia, como exame complementar ou, de acordo com a classificação da alteração, a paciente é encaminhada diretamente para um especialista em mastologia no nível secundário do SUS. Nesse estágio, é feita a punção do nódulo para a coleta de material, que será enviado ao laboratório para exames anatomopatológicos e imuno-histoquímicos. Somente depois do resultado desses exames, o diagnóstico pode ser confirmado.
A segunda situação que o(a) Agente de Saúde pode encontrar são as mulheres, que se enquadram no que comumente se denomina grupo de risco. Elas estão acima de 40 anos, mas nunca fizeram uma consulta para o exame clínico das mamas, consequentemente também nunca fizeram uma mamografia.
Nesse caso, apesar de não apresentarem nenhuma queixa aparente, elas devem ser encaminhadas para a consulta, o exame clínico e a mamografia. Essa é a forma mais eficaz de se fazer a prevenção, em casos não suspeitos para se descobrir alguma alteração precocemente.
A maioria dos Estados do Brasil ainda seguem a determinação do INCA, de que a mamografia deva ser feito em mulheres com idade entre 50 e 69 anos, mas já temos alguns estados que determinam, por intermédio de uma Lei Estadual, que a idade inicial seja de 40 anos, acompanhando o aconselhamento da Sociedade Brasileira de Mastologia. No exame mamográfico, o médico pode não identificar alguma alteração e prescrever a mamografia anual para a mulher, ou ele pode identificar alguma alteração. Assim, essa mulher passa pela primeira situação descrita acima: exame clínico, mamografia, ultrassom, biópsia e tratamento.
A importância da agilidade: Cumprindo os prazos no programa de Busca Ativa
No programa de Busca Ativa da ASPRECAM, é fundamental garantir a agilidade no processo de diagnóstico do câncer de mama. Todos os profissionais envolvidos devem estar cientes da importância de se cumprirem os prazos estabelecidos pela Lei dos 30 dias. É necessário que as pacientes tenham acesso, rápido, às consultas, aos exames, às biópsias e aos resultados laboratoriais, para que o início do tratamento também aconteça rapidamente.
Embora, no caso das biópsias realizadas pelo SUS, os resultados possam levar pelo menos 15 dias para ficarem prontos, é necessário que haja um esforço conjunto para agilizar todo o processo. O diagnóstico precoce é crucial para aumentar as chances de sucesso no tratamento do câncer de mama e, a cada dia, conta nessa jornada.
O Programa de Busca Ativa proposto pela ASPRECAM desempenha um papel fundamental na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de mama e reafirma o compromisso de promover a saúde das mulheres, pacientes SUS, oferecendo-lhes suporte e cuidado durante toda a jornada do tratamento.