Com apenas 31 anos, Fernanda enfrentou a doença durante a pandemia, superou desafios e hoje é fonte de apoio e inspiração a outras mulheres. Confira o bate-papo!
Era sexta-feira de carnaval quando Fernanda Amora, aos 31 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de mama. No turbilhão de emoções, após processar a notícia que parecia um pesadelo, ela secou as lágrimas e decidiu focar na solução. Um mês depois, com o anúncio da pandemia e o lockdown, ela descobriu que seu tratamento seria solitário, sem contato físico com amigos e familiares, apenas seu marido ao seu lado, e muitas idas e vindas da casa para o hospital, e do hospital para casa.
Mas o isolamento social, junto com o medo de contrair o vírus da Covid-19 e enfrentar complicações maiores, era apenas o primeiro desafio. A perda total do cabelo e o medo dos efeitos colaterais do tratamento também abalaram Fernanda, que sempre foi católica praticante e teve toda sua fé colocada à prova nesse processo.
“Tudo passa” foi a frase que ecoou em seu coração durante essa fase, tanto que acabou virando tatuagem. Apesar dos momentos de fraqueza, Fernanda se manteve positiva e, a cada resposta positiva ao tratamento, ela tinha sua força renovada.
Um aspecto determinante para sua vitória contra o câncer foi conhecer bem o próprio corpo e ter descoberto a doença em estágio inicial, ao sentir um nódulo durante um banho despretensioso.
Confira o bate-papo completo abaixo e se inspire nesta história repleta de superação, aprendizados e muita conscientização.
O DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE MAMA
Atualmente, tenho 35 anos, sou casada há cinco anos, e sou analista de T.I. Sou formada em Relações Públicas, mas há cerca de cinco anos fiz um curso de especialização e migrei para a área de T.I.
O diagnóstico ocorreu em 2020, eu tinha acabado de fazer 31 anos, estava recém-casada, com apenas oito meses de casada, e também havia acabado de mudar completamente minha área de atuação profissional. Nessa época, minha rotina não estava muito tranquila, especialmente porque no ano anterior, em 2019, ano em que me casei, em junho, estava com muita coisa na cabeça.
Eu estava organizando o casamento, arrumando o apartamento e, além disso, tinha um negócio próprio, um empreendimento que eu mantinha com meu marido, ao mesmo tempo em que seguia com meu trabalho formal.
Então, realmente, tinha muita coisa acontecendo simultaneamente. Depois que o casamento passou, consegui respirar um pouco, mas ainda estava me adaptando a muitas mudanças e lidando com bastante estresse.
Como você descobriu que tinha câncer de mama? Houve algum sinal ou sintoma específico que a levou a buscar ajuda médica?
Descobri o câncer de mama de forma bem inesperada. Eu não tinha o hábito de fazer o exame de toque, mas um dia, durante o banho, senti um nódulo na axila e achei estranho, pois aquilo não estava ali antes. Isso me deixou desesperada, pois minha avó materna teve a doença. No dia seguinte, contatei minha ginecologista e marquei uma consulta.
Como foram os próximos acontecimentos até que fosse confirmado o diagnóstico?
Durante a consulta, ela examinou o nódulo e solicitou uma mamografia e um ultrassom, que apontaram um nódulo de aproximadamente 1,1 a 1,2 centímetros, aparentemente sem características malignas. Apesar da tentativa de tranquilização do médico que realizou o ultrassom e da minha ginecologista, dizendo que parecia estar tudo bem, ela preferiu me encaminhar para uma mastologista.
A consulta com a mastologista ocorreu somente após a virada do ano. Ao avaliar o nódulo, ela disse “Olha, por ser palpável, vou te pedir uma biópsia que eu peço em 100% dos casos, independente da idade da paciente. O resultado da biópsia chegou por e-mail, em plena semana de carnaval.
No entanto, eu não entendia a linguagem médica e também não quis pesquisar no Google, então achei melhor esperar a consulta, que já estava marcada. Em seguida, a mastologista já entrou em contato pedindo que eu antecipasse a consulta, o que me deixou bem preocupada. Então, como percebi que não era nada bom, convidei meu marido para ir comigo.
Eu não estava completamente tranquila, mas não imaginava o que poderia ser. Pensava que talvez precisaria fazer uma cirurgia para retirar o nódulo e pronto. Sempre tentava manter o pensamento positivo. Porém, quando cheguei à consulta com meu marido, a médica disse: “Estamos diante de um câncer de mama em estágio inicial.”
Como você começou a processar essa notícia?
Quando recebi a notícia, desabei e comecei a chorar, fiquei tão desesperada que não consegui ouvir mais nada. Foi meu marido quem fez todas as perguntas à médica. Tudo aconteceu tão rápido que mal tive tempo de processar o diagnóstico, que, sem dúvidas, é o momento mais difícil. A ficha demora a cair e naquele instante, tudo parecia um pesadelo do qual eu esperava acordar a qualquer momento.
No entanto, não me permiti ficar paralisada pelo medo e foquei na solução. Falei: “Ok, isso aconteceu. E agora? O que a gente faz para iniciar o mais rápido possível e eu sair dessa logo?” Sou católica e a minha fé também fez total diferença.
Ao invés de entrar na fase de negação, o que é bem comum nesses casos, e de ficar questionando por que aquilo estava acontecendo comigo, acreditei que se Deus permitiu que isso acontecesse, era porque tinha um propósito maior para minha vida. Então, mesmo estando em um turbilhão de emoções, decidi seguir em frente.
O COMEÇO DA LUTA
E como foi o começo do tratamento?
Desde o início, a médica me passou muita segurança e, graças a Deus, tenho plano de saúde, então consegui fazer o tratamento todo no Mater Dei, que é um ótimo hospital aqui de Belo Horizonte. Tive uma assistência maravilhosa, e consegui iniciar o tratamento muito rápido.
Tudo aconteceu em uma sexta-feira de carnaval, então toda sexta-feira de carnaval é bem marcante para mim, porque passa um filme na minha cabeça.
Naquela sexta, quando perguntei à médica: “E agora, qual é o primeiro passo?” Ela me disse que precisaríamos fazer uma varredura completa para confirmar se o câncer estava localizado ou se havia se espalhado para outros pontos. A partir daí, fiz uma bateria de exames, e em seguida, começamos o tratamento.
Quais tratamentos foram necessários?
Antes de iniciar meu tratamento, fiz o congelamento de óvulos, pois a quimioterapia pode afetar a fertilidade. Esse procedimento não é coberto pelo plano de saúde e, embora seja possível buscar direitos na justiça, eu não queria enfrentar todo esse processo. É importante fazer o congelamento antes do tratamento, especialmente quem tem planos de ter filhos no futuro, mas é um procedimento caro e, infelizmente, sei que essa não é uma opção acessível a todas as mulheres.
Após isso, dei início ao tratamento, que incluiu dezesseis sessões de quimioterapia, sendo quatro sessões do tipo mais forte, que são chamadas de vermelhas, e doze do tipo mais suave, que são as brancas.
As vermelhas foram aplicadas a cada 14 dias e, em seguida, as brancas foram semanais. Graças a Deus, a resposta foi muito boa para o tipo de tumor que tive, então logo nas primeiras sessões ele já tinha reduzido.
Após a quimioterapia, fiz uma cirurgia para remover o quadrante afetado e alguns linfonodos da axila, que foram enviados para biópsia para garantir que não havia mais sinal da doença. Graças a Deus a resposta à cirurgia foi totalmente eficaz. Um mês depois, iniciei a radioterapia, totalizando 15 sessões.
Quanto tempo levou todo esse processo, desde o diagnóstico até o final da radioterapia?
Todo o processo de tratamento, incluindo quimioterapia, cirurgia e radioterapia, ocorreu de março a outubro de 2020, totalizando sete meses. No entanto, continuei até abril do ano seguinte tomando uma medicação venosa específica, administrada a cada 21 dias. Portanto, ao somar tudo, o tratamento durou um ano e meio.
No entanto, cada caso de câncer é único. Algumas pessoas começam o tratamento com cirurgia antes de fazer quimioterapia, e nem todos os casos exigem radioterapia, por exemplo.
Acho importante lembrar também que a realidade das pacientes que dependem do SUS para o tratamento do câncer é bem diferente. Sabemos que o SUS é capaz de oferecer tratamentos eficientes e muitas mulheres conseguem, sim, se curar, no entanto, mesmo quando há urgência, às vezes é preciso esperar para iniciar o tratamento, o que não é ideal, pois o câncer progride rapidamente.
Por isso, é tão necessário buscarmos formas de apoiar essas mulheres porque a situação delas é, sem dúvidas, mais complicada.
E hoje? Você ainda faz uso de alguma medicação?
Sim. O tipo de tumor que eu tive foi por fatores hormonais, e acredito que o fato de ter tomado anticoncepcionais por mais de dez anos pode ter influenciado a minha situação, tanto que hoje não posso mais usar hormônios de forma alguma.
Então, atualmente ainda estou tomando uma medicação oral que é um bloqueador hormonal e induz a menopausa. Isso significa que não menstruo e experimento sintomas típicos da menopausa. Comecei a usar essa medicação logo após concluir a radioterapia, em outubro de 2020, e vou continuar até o final de 2025, um comprimido por dia.
O objetivo é suspender a atividade dos meus ovários para evitar picos de hormônio, o que é bem importante devido ao tipo do tumor que tive. Além disso, tomo uma injeção mensal, a cada 28 dias, que também faz parte desse tratamento, e vai terminar junto com os comprimidos.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou durante o tratamento?
Um mês depois do diagnóstico, em março, a pandemia foi anunciada e aconteceu o lockdown, tudo fechou e ninguém mais podia sair, o que me deixou tudo mais desafiador.
Como estava no grupo de risco e com a imunidade baixa devido à quimioterapia, tive que me isolar completamente, e tinha muito medo de contrair o vírus e piorar tudo. Então, vivia apenas entre minha casa e o hospital, e não podia receber visitas nem da minha família, o que foi bem difícil.
A perda do cabelo durante o tratamento também é muito difícil. Você sabe que vai acontecer, mas nunca está realmente preparada. Logo após a primeira sessão de quimioterapia, cerca de duas semanas depois, o cabelo começa a cair. Mesmo achando que estava tranquila com isso, a realidade é assustadora. O cabelo cai em chumaços quando você passa a mão, e isso é muito triste.
Decidi então raspar a cabeça. Primeiro cortei mais curto para me adaptar, mas à medida que o cabelo ficava ralo, optei por cortar bem curtinho, estilo Joãozinho, e depois de um tempo, como estava cheia de falhas, usei a máquina zero. Isso foi libertador, pois elimina o sofrimento constante de ver o cabelo cair. Você fica careca por um tempo, mas aos poucos se acostuma com a nova aparência.
No meu caso, esse impacto emocional foi menor do que esperava porque, devido à pandemia, eu não estava saindo de casa. Fiquei careca por cerca de três a quatro meses, mas só ficava em casa, usando lenços ou toucas quando precisava sair. A boa notícia é que, depois que termina a quimio, passa um mês e o cabelo já volta a nascer muito rápido também.
Além disso, outro desafio foi o medo que tinha dos efeitos colaterais da quimioterapia. O tratamento afeta todo o corpo, enfraquecendo as unhas, causando manchas na pele e alterando o funcionamento do intestino, e no início a gente fica com receio do que vai acontecer. É um tratamento intenso e pesado, mas necessário para combater a doença.
Como ficou sua situação profissional nesse período? Alguma atividade a ajudou a distrair a mente durante esse processo?
Durante o tratamento, tirei uma licença médica de dez meses e fiquei afastada do trabalho através do INSS, o que impactou minha situação financeira, sem dúvidas. Inclusive, por causa da pandemia, houve atrasos para a realização da minha perícia médica, complicando ainda mais as coisas.
Mas para preencher meu tempo e não focar apenas no tratamento, comecei a fazer e vender vasinhos de planta junto com meu marido. Então, além de me ajudar financeiramente, isso foi bom para manter minha mente ocupada durante o período em que estava em casa.
Quem foram as pessoas ou grupos que mais a apoiaram nesse período?
O maior apoio veio do meu marido, que esteve comigo 24 horas por dia. Minha médica até chamava ele de “fiel escudeiro”. Minha família também foi fundamental, inclusive minha mãe me acompanhou na primeira sessão de quimioterapia. Além disso, apesar das restrições da pandemia que limitaram encontros físicos, recebi muito apoio por mensagens, tanto de amigos quanto de pessoas que nem eram tão próximas, o que foi uma surpresa boa.
Publiquei minha história no Instagram, o que me conectou com muitas outras mulheres em situações parecidas, e entrei para um grupo do WhatsApp que me deu muita força.
Na última sessão de quimioterapia, que é tradicionalmente uma celebração com direito a tocar um sino, não pude receber convidados devido às restrições, mas meu marido preparou uma surpresa com cartazes e lembrancinhas enviados por amigos e familiares, então me senti muito acolhida.
Durante os tratamentos, quais foram as recomendações relacionadas à sua alimentação e à atividade física?
Durante os tratamentos, tive acompanhamento de uma nutricionista oncológica, que é especializada em pacientes com câncer e entende todas as nossas necessidades nutricionais. Além disso, a atividade física foi uma recomendação médica, porque ajuda a reduzir os efeitos colaterais do tratamento. Mesmo nos dias de muita fadiga ou dor, é importante fazer pelo menos 15 a 20 minutos de atividade por dia para ajudar a combater esses efeitos colaterais. No meu caso, com as academias fechadas por causa da pandemia, eu fazia exercícios em casa.
Você fez algum tipo de terapia que a ajudou mentalmente?
Durante o tratamento, não senti necessidade de terapia porque estava tão focada na minha cura e em terminar tudo rapidamente que não tive tempo de pensar em terapia.
Mas após o tratamento, quando tudo acabou e a mente começou a esvaziar, percebi que era o momento de buscar ajuda. Era só eu deitar que minha cabeça se enchia de preocupações, apalpava meu corpo o tempo todo em busca de qualquer sinal, achando que qualquer coisa fosse indício de doença novamente.
Tive muita ansiedade e insônia e nesse sentido a terapia me ajudou muito. Eu nunca tinha feito, e ela foi essencial para me ajudar a limpar minha mente e controlar esses pensamentos negativos.
Houve alguma frase de apoio ou algo que alguém lhe disse que lhe deu muita força?
Recebi muito apoio durante meu tratamento, especialmente das amigas que fiz em grupos de apoio. Uma delas sempre dizia “Tudo passa”, uma frase que me marcou tanto que decidi tatuar. Realmente, tudo passa: o cabelo cresce de novo, os efeitos colaterais desaparecem, as unhas ficam bonitas de novo.
Outro momento que me marcou foi quando minha cunhada contou minha história a um amigo da igreja dela, um homem muito eloquente. Ele quis falar comigo, então fizemos uma chamada de vídeo. Ele é evangélico, de uma fé diferente da minha, mas queria me dizer algo. Ele me disse: “Fernanda, eu não te conheço pessoalmente, nunca te vi, mas Deus me disse que você já está curada, que você já venceu.” Isso foi incrível, vindo de alguém que nunca tinha me visto. Foi uma mensagem muito poderosa e confortante naquele momento.
VIDA APÓS O CÂNCER, DICAS E CONSELHOS
O câncer provocou mudanças no seu estilo de vida, hábitos ou prioridades? Se sim, quais?
Sim, com certeza. Nunca fui desleixada com a saúde, mas também não era rigorosa com os cuidados, sabe? Sempre tinha uma desculpa para não ir à academia, caso estivesse cansada ou com preguiça, por exemplo. Agora, a saúde é minha prioridade absoluta. Se o trabalho começa a me estressar excessivamente, eu não hesito em parar e desacelerar, porque não quero mais me sobrecarregar.
Mudei bastante minha alimentação, melhorando a qualidade do que como e cortando alimentos que sei que não são saudáveis, como embutidos e açúcar, e reduzi significativamente o consumo de álcool. A atividade física se tornou inegociável em meu dia a dia. Pratico exercícios cinco vezes por semana, e isso se tornou um hábito inegociável, independentemente da minha disposição ou do quão ocupada estou.
Além disso, comecei a praticar um esporte que nunca tinha experimentado antes, que é o beach tênis, e se tornou uma paixão. Então encontrar algo que você gosta de fazer é uma ótima forma de se manter fiel à atividade física, além de aliviar o estresse e liberar energias negativas.
E também aprendi a importância de gerenciar o estresse, inclusive por meio da meditação e acupuntura, por exemplo, e hoje sei que cuidar da minha saúde mental é tão importante quanto cuidar do físico.
Que conselhos ou dicas você daria para mulheres que estão enfrentando a doença?
Eu diria que o medo é uma reação normal. É um processo realmente difícil, mas é importante manter o foco na cura e no pensamento positivo, lembrando que tudo isso, por mais difícil que pareça, vai passar.
E, claro, não menospreze o próprio sofrimento. A perda de cabelo, por exemplo, não é algo pequeno; afeta profundamente a autoestima. Não é apenas o cabelo que cai — sobrancelhas e cílios também podem ir, o que muda drasticamente a forma como você se vê. Eu já tinha feito micropigmentação de sobrancelhas, o que ajudou, mas o impacto visual de se ver sem esses pelos faciais é grande e pode fazer você se sentir visivelmente doente, mesmo que internamente não se sinta assim.
Portanto, é natural ter momentos de fraqueza, eles vão acontecer. O importante é se permitir sentir esses momentos, mas não deixar que eles dominem. O processo é árduo, mas com apoio, resiliência e cuidado, é possível passar por ele.
Que mensagem você gostaria de deixar para as mulheres e para a sociedade em geral sobre essa experiência?
Minha mensagem para todas as mulheres e para a sociedade em geral é: não esperem ficar doentes para começar a cuidar da saúde. Sedentarismo e estresse são fatores de risco para muitas doenças, incluindo o câncer. É um erro pensar que só porque não há casos na família, você está segura. Na verdade, apenas cerca de 5% a 10% dos cânceres têm fatores genéticos; a maioria é influenciada pelos hábitos de vida.
Depois do meu diagnóstico, quando passei a buscar redes de apoio com outras mulheres que já enfrentaram a mesma situação, conheci muitas mulheres jovens, na casa dos 30 anos, e até mais novas, descobrindo a doença aos 28 anos. Eu pensava que o rastreio começava aos 40 anos, mas percebi que essa ideia já não se aplica mais.
Então, adote um estilo de vida saudável o quanto antes, faça os exames de rotina, mamografia e ultrassom, e conheça seu corpo. Se eu não conhecesse o meu tão bem, poderia ter descoberto a doença muito mais tarde, em estágio mais avançado. Então, se notar qualquer alteração, por menor que seja, consulte um médico imediatamente.
Infelizmente, há pessoas que têm medo e dizem que não querem monitorar, afirmando que “Quem procura acha”, sim, pode até ser, mas quem acha é curado. E quanto antes você achar, mais chances de cura você tem.
O que você aprendeu sobre si mesma durante e após o tratamento?
Durante e após o tratamento, aprendi muito sobre minha própria força e fé. Sempre fui uma pessoa de fé, mas foi durante essa jornada que ela realmente foi posta à prova. Até hoje, não deixo de ir à missa aos domingos e mantenho minhas orações diárias.
O ditado é verdadeiro: você não sabe quão forte é até que ser forte seja a única escolha que você tem. Muitas pessoas comentam que sempre enfrentei tudo com um sorriso no rosto, mas obviamente tive meus momentos de fraqueza. No entanto, decidi não deixar a doença me vencer. Eu tinha que ser maior do que ela, e foi com esse pensamento que segui desde o início.
Quais são seus planos e sonhos para o futuro?
Bom, atualmente eu tento não me preocupar demais com o futuro. Prefiro focar no que está ao meu alcance hoje e viver um dia de cada vez. Apesar disso, faço planos sim, especialmente porque até o final do próximo ano ainda estarei em tratamento.
Meu primeiro grande objetivo após ser liberada pela médica é ter um filho. Esse é o próximo grande passo. Enquanto isso, continuo aproveitando para viajar, que é uma das minhas grandes paixões, e sei que depois da maternidade isso será mais difícil por um tempo. E, claro, sempre lembrando de cuidar da minha saúde, e buscando espalhar o máximo de mensagens de conscientização e apoio a outras mulheres que estão enfrentando esse desafio.
Hoje, me tornei voluntária da ASPRECAM, porque acredito que passar por isso teve um propósito maior em minha vida: ajudar outras mulheres.
LEMBRE-SE: TUDO PASSA!
Se você está lutando contra o câncer de mama neste momento, lembre-se desta frase simples e poderosa que foi tatuada por Fernanda Amora: “Tudo passa.”
Você não é a sua doença. Você não é o seu medo. Você não é a sua tristeza.
Esses são estados transitórios, e você irá passar por todos eles.
Procure apoio com outras mulheres que estão ou já estiveram em situações parecidas. Busque terapia para ajudar a organizar seus pensamentos e emoções. Encontre atividades que ocupem sua mente e tragam esperança e alegria, seja um novo hobby, exercícios, meditação e a conexão com a espiritualidade.
CUIDE-SE E ESPALHE ESTA MENSAGEM
Por mais difícil que seja imaginar, é preciso reconhecer que o câncer pode acontecer com qualquer um de nós ou com quem amamos. Somos todos vulneráveis e estamos todos sujeitos às adversidades da vida. No entanto, podemos nos prevenir ao máximo priorizando cuidados com a saúde e conhecendo bem o nosso corpo. Faça exames regulares, adote um estilo de vida saudável e fique atento(a) a qualquer alteração.
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