Janeiro Branco: saúde mental em dia depende de hábitos alimentares equilibrados

Seguindo a paleta de cores que chamam à atenção para as campanhas relacionadas à saúde durante os doze meses do ano, janeiro é branco e alerta para a importância dos cuidados com a saúde mental.

De acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado em julho de 2022, quase 1 bilhão de pessoas (incluindo 14% de adolescentes) viviam com transtorno mental em 2019. Os dados ainda mostram que a depressão e a ansiedade aumentaram mais de 25% apenas no primeiro ano da pandemia da Covid 19.

Entre os vários aspectos que influenciam nossa saúde mental, a alimentação ocupa um lugar de destaque e a forma como comemos e enxergamos a comida requer atenção e cuidado.

A nutricionista Iane Brandão, especialista em Nutrição Clínica pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB, explica que a mente e o corpo são conectados e que os alimentos influenciam diretamente nossa saúde mental. Segundo ela, a comida tem impacto direto no aspecto psicológico do indivíduo, na medida em que funciona como uma alternativa para acalmar emoções desequilibradas. Muitas vezes, consumimos uma quantidade grande de alimentos hipercalóricos de forma voraz, na tentativa de preencher vazios psicológicos ao invés de nutrir o corpo. Enxergar o ato de comer e as emoções como coisas distintas é fundamental para nossa rotina e auxilia no cuidado com a saúde geral. “A comida é fundamental para garantir o funcionamento do corpo e está presente no dia a dia das pessoas. Além de ser um instrumento que estreita relações e faz parte dos momentos de confraternização, a comida e a forma como nos alimentamos é influenciada por aspectos culturais, sociais e geográficos. Eu costumo dizer que, em determinadas circunstâncias, as pessoas comem suas emoções. E, quando as emoções estão desordenadas, é comum o aumento do consumo de alimentos como doces, sorvetes e hipercalóricos em geral. Muitas vezes, esse comportamento compulsivo pode ocasionar outras doenças, piorando ainda mais o desequilíbrio emocional”, alerta Iane.

 E não é só o excesso de comida que pode causar problemas. Quando é necessário estabelecer uma dieta muito restritiva em razão de doenças graves, é importante que o paciente seja assistido por uma equipe multidisciplinar, por meio da qual ele encontre apoio e orientação. Abrir mão de um tipo determinado de alimento pode ser um sacrifício para muita gente e gerar sensações como angústia, ansiedade e isolamento e, consequentemente, trazer transtornos psicológicos e mentais.

Para Iane, a nutrição equilibrada traz mais alimentos para o dia a dia ao invés de excluir. “O eixo intestino-cérebro é importante no entendimento e tratamento das doenças mentais. Os alimentos levam nutrientes para os receptores cerebrais que geram os hormônios responsáveis pela sensação de prazer, como a serotonina. Acredito que uma vida equilibrada não começa pela alimentação, é mais do que isso: o equilíbrio faz parte da vida do indivíduo e a alimentação é essencial nesse processo”, finaliza.

 

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